National Catholic Register / The Catholic Herald
Entrevista com o arcebispo Gerhard Ludwig Müller
NCR – Muitos tradicionalistas têm dificuldade em conciliar o fato de que tivemos papas no passado que fizeram afirmações categóricas a respeito de ensinamentos que parecem ter sido refutados pelo Concílio, como afirmações acerca da liberdade religiosa, por exemplo. O que você diria em resposta a essa preocupação?
GM- Isso não é verdade – é uma falsa interpretação da história. No século XIX, os maçons e os liberais interpretavam a liberdade religiosa como a liberdade de rejeitar a verdade revelada por Deus. Foi essa falsa noção de liberdade religiosa que os papas do século XIX condenaram, e o Concílio Vaticano II repete que não somos livres para rejeitar a verdade. […] O que eles [FSSPX] estão propondo é, essencialmente, uma tensão decorrente do uso da terminologia, mas a Igreja nunca se contradisse nesse campo. Se você estuda os textos de diferentes séculos, de diferentes contextos, de diferentes línguas, deve fazê-lo com base na doutrina católica estabelecida.