Independente dos resultados pós-conciliares (joio semeado pelo diabo), apenas as notas (e as justas críticas) que a hierarquia católica greco-melquita entregou ao cardeal Tardini, na qualidade de Presidente da Comissão antepreparatória do Concílio, já justificava a convocação da assembleia conciliar.
Antes de se tornar Papa, Angelo Roncalli havia sido delegado apostólico na Bulgária, na Turquia e na Grécia. Ele tinha experiência direta dos problemas da Igreja no Oriente. Os católicos orientais sentiam-se literalmente marginalizados, católicos de segunda classe.
O futuro papa passou 19 anos em contato direto com os cristãos orientais, como “embaixador” do Evangelho no Oriente. Ele dizia que Oriente e Ocidente radicalmente fechados um ao outro contradizia o bom senso. Contradizia, acima de tudo, o universalismo cristão.
Em muitos textos aprovados pelo Concílio, a influência dos Padres Gregos é nítida. Foi o sistema teológico do Oriente cristão que contribuiu para alargar o horizonte da teologia europeia. O míope ‘radtrad’ não consegue enxergar isso.
Por Daniel Fernandes
(*) Este texto foi extraído do Facebook sem a revisão do autor