A exortação do Concílio a «perscrutar os sinais dos tempos» não significa, de modo algum, uma rendição ao mundo ou aceitação incondicional das suas contradições, que o Concílio tão bem tornou visíveis. Ela representa, pelo contrário, um convite ao qual sentimos que não nos poderemos subtrair: a vermos na história humana um “signo” que deve ser lido com atenção e interpretado, como diz a «Gaudim et Spes», «sub Evangelii luce» [= sob a luz do Evangelho], para aí descobrir quanto nela pertence ao homem movido e inspirado por Deus, e quanto, pelo contrário, pertence à soberba, ao egoísmo, à falta de justiça e de caridade do homem que se afastou do espírito de Deus”.
Andreotti, Giulio. Testimonianza sul Concilio Vaticano II. pp.12.