O termo «Ostpolitik», por mais conveniente que seja, é impróprio para designar a diplomacia oriental da Santa Sé. Foi usado principalmente depois de firmado o acordo entre o governo iugoslavo e a Santa Sé (1966), acordo este que os observadores políticos compararam entre Bonn e Moscou. A “Ostpolitik” designou então a política oriental de Willy Brandt, cuja imagem pública destacou o aspecto da reconciliação. Tal política do chanceler alemão visava defender os interesses da RFA frente às autoridades soviéticas. Ora, em sua política relativa aos países do Leste, assim como em suas relações com os demais Estados, a Santa Sé se ocupa principal e essencialmente dos interesses das Igrejas locais ou, quando é o caso, das comunidades cristãs que vivem em democracias populares. Em outras palavras, não podemos compreender a sua atividade diplomática como a de um poder político.
Carrère d’Encausse, Hélène. Paul VI et l’Ostpolitik. Pág.555